A causa do incêndio que, no dia 2 de setembro do ano passado, destruiu milhares de peças do acervo do Museu Nacional foi um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado do auditório, localizado no primeiro andar do prédio.
As informações fazem parte de um laudo elaborado por peritos da Polícia Federal ao qual o jornal “O Estado de São Paulo" teve acesso. O documento será incluído no relatório final do inquérito da PF que apura as causas do incêndio e deve ficar pronto em duas semanas.
Segundo o “Estadão”, a Polícia Federal não encontrou indícios indicando que o ato tenha sido criminoso. Isso porque os peritos não encontraram nos escombros qualquer produto químico que pudesse ter sido empregado para alastrar as chamas.
Os laudos da perícia, entre outros documentos, vão servir de base para que a PF avalie se o incêndio no prédio da Quinta da Boa Vista poderia ter sido evitado e se houve alguma negligência por parte de alguém da administração do museu. Procurado pelo GLOBO, o diretor da instituição, Alexander Kellner, disse que ainda não teve acesso ao laudo para comentar o caso.
Segundo a reportagem, a perícia confirmou que o primeiro sinal de fumaça apareceu no segundo andar na sala onde ficava uma réplica do esqueleto do dinossauro Maxakalisaurus topai. A sala ficava acima do auditório.
Reconstrução em 3D
Ainda segundo o Estadão, as conclusões do laudo tomam como base a análise de especialistas em incêndios de grande porte, bem como de técnicos especializados em reconstruir espaços com base em imagens 3D.
Durante as investigações, os técnicos reconstruíram o museu em um laboratório da Polícia Federal. O objetivo foi facilitar a compreensão de como se deu o início do incêndio e como as chamas se espalharam de forma rápida. Durante as investigações, os peritos também analisaram imagens de pelo menos 16 câmeras do circuito interno.
O auditório onde o incêndio começou ficava próximo da entrada principal do prédio, bem como do recinto onde era exibido o meteorito Bendengó, uma das peças que escaparam da destruição.
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